A carioca Lívia Abdalla foi mais uma das inúmeras pessoas não apenas no Brasil, mas certamente no mundo, que tiveram que fazer adaptações de vida com a chegada da pandemia de Covid-19. Proprietária de um apartamento no Centro do Rio de Janeiro, nos arredores da Lapa, ela precisou se mudar por uma necessidade momentânea e disponibilizou o imóvel onde morou por dez anos para alugar pelo QuintoAndar. Profissional de Relações Públicas, ela é conhecedora de cada cantinho da vizinhança e também dos lugares mais próximos. 

Quer saber como é morar no Centro do Rio de Janeiro? Veja este papo com a ex-moradora da região. 

Pandemia acelera mudança

“Minha mudança aconteceu muito por conta da pandemia. Inicialmente eu iria me mudar para Belo Horizonte, pois trabalhava para uma empresa de lá. Mas fui mandada embora. E eu já vinha pensando em sair do apartamento. Acabei conseguindo vir morar no apartamento de uma tia no Leme, na fronteira com Copacabana”, conta Lívia.

Foto que ilustra matéria sobre o Centro do Rio de Janeiro mostra a personagem da história, a relações públicas Lívia Abdalla, sorrindo, no alto de um morro, com uma vista do Rio de Janeiro ao fundo
Lívia com o Rio de Janeiro ao fundo

Estrutura do apartamento no Centro do Rio de Janeiro

Além da mudança para Belo Horizonte que não aconteceu, Lívia também sentia falta de um pouco mais de espaço e um pouco menos de agitação. Localizado na Avenida Henrique Valadares, a poucos metros dos Arcos da Lapa, uma das regiões mais boêmias do Rio de Janeiro, o apartamento dela, um quarto e sala, fica no 11º andar e tem 42 m².

“Esse meu apartamento era até mais silencioso do que o que eu estou morando agora no Leme, pois ficava de fundos. Mas eu já vinha querendo morar em um lugar mais tranquilo, mais arborizado e menos urbanizado”, revela Lívia.

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A escolha pelo Centro do Rio de Janeiro

Moradora da Tijuca por uma boa parte de sua vida, quando ainda vivia com sua mãe, Lívia passou uma temporada morando fora do país. E foi justamente nessa experiência internacional que ela abriu os olhos e passou a cogitar um apartamento no Centro do Rio de Janeiro como uma boa opção de moradia. 

“Observei que na Europa os centros são muito valorizados. Na Espanha e em Londres, eu morava nas regiões centrais e pagava caro por isso. Então, quando eu voltei, vim com esse olhar para o Centro, apesar de aqui não ser tão valorizado. Inclusive, quando eu fui morar naquela região, próximo à Praça da Cruz Vermelha, era um lugar até marginalizado”, conta a relações públicas. 

Razões para a compra do imóvel

A compra do apartamento no Centro do Rio de Janeiro se deu por conta da estrutura do imóvel combinada com o aspecto financeiro, uma vez que Lívia tinha um limite de orçamento.

“O que me fez comprar esse apartamento foi principalmente a estrutura. A localização era a que o dinheiro que eu tinha para comprar permitia. Na Zona Sul eu não conseguiria comprar. E não queria nada mais para a Zona Norte para não ficar tão longe do Centro. Então, pesquisei muito entre o Maracanã e o Centro, passando por Bairro de Fátima e Lapa. Mas a estrutura foi mesmo o que mais pesou”, conta Lívia. 

Segundo ela, o apartamento, que hoje está alugado pelo QuintoAndar, é “muito bem dividido, bem iluminado e muito ventilado”.

“Ele tem uma cozinha americana, que é um grande diferencial. E, principalmente, considerando os imóveis daquela região, que costumam ser muito pequenos, tem uma estrutura ótima. Por ali, dificilmente você consegue ter uma área de serviço com espaço para lavanderia. E eu tinha, com máquina de lavar e tudo. É um imóvel com uma planta bem distribuída”, afirma Lívia.

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Aposta na valorização do imóvel

Quando comprou o imóvel, em 2010, o Rio de Janeiro vivia o início de uma bolha imobiliária. E, segundo Lívia, “era muito louco” acompanhar como os preços subiam diariamente. Como ela tinha um dinheiro guardado para comprar o imóvel, resolveu arriscar e investir em uma região que, na época, ainda era um pouco marginalizada.

“Era, de fato, um lugar um pouco estranho. Mas enquanto eu estava morando lá, eu vi uma revitalização acontecer. Houve uma transformação na região. Minha rua foi toda reformada. O prédio fica em frente a um edifício empresarial muito grande, que é ocupado principalmente pela Petrobras. E, por conta dele, fizeram obras em todo o entorno. Em termos de urbanização, ficou bastante diferente”, conta a relações públicas.

Lívia revela que decidiu apostar na região por intuição, sem grandes pesquisas ou consultas sobre as possibilidades de valorização. 

“Eu tinha uma perspectiva muito minha, sem nenhum tipo de embasamento. Tinha uma intuição de que aquele lugar seria valorizado. Apesar de que quando eu comprei, era um lugar bem maltratado. Mas resolvi arriscar. Estava começando a bolha imobiliária na época, os valores começando a subir muito e, como eu tinha o dinheiro, pensei: ‘é agora ou nunca mais’. E foi assim que comprei”, relembra.

Rotina diária

Antes da pandemia, Lívia tinha uma rotina de muito estudo. Fazia doutorado e saía todos os dias para ir à Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), que fica no bairro do Maracanã, para participar de grupos de pesquisa. Hoje, tem como rotina trabalhar em casa e procura praticar exercícios físicos regularmente.

Atualmente, Lívia mora a poucos metros das praias do Leme e de Copacabana. Mas lembra com carinho da região onde morava. Além disso, sente falta do custo de vida mais baixo.

Relação com o bairro

“Minha relação com o bairro é muito amistosa e conheço pessoas que moram lá. E os valores das coisas são muito mais acessíveis. Fazer supermercado é muito mais barato do que aqui no Leme. Morro de saudades do Mundial, que é um supermercado que tinha perto de mim lá, que é enorme”, aponta a relações públicas.

Além de supermercado, os bares e restaurantes na região do Centro também têm valores mais acessíveis do que os da Zona Sul, onde ela mora atualmente. E outros aspectos da vida no Centro e nos arredores da Lapa também trazem a ela uma certa nostalgia. 

“Mesmo os hábitos culturais de rua eu sinto falta. Do samba na rua, por exemplo, que é algo que aqui no Leme não existe, apesar de eu ter a praia aqui perto. Mas aí já é outra vibe”.

Mobilidade no Centro do Rio de Janeiro

A mobilidade e a proximidade de tudo o que Lívia precisava era uma das maiores vantagens de ter um apartamento no Centro do Rio de Janeiro. Segundo ela, andar a pé era praticamente uma rotina diária antes da pandemia. 

“Eu não tenho carro, então caminhava muito. Fazia praticamente tudo andando ou de bicicleta. Ônibus eu tinha acesso praticamente na porta. E o metrô ficava de 10 a 15 minutos andando de casa”, conta Lívia.

As ruas da região, segundo ela, são muito movimentadas. Mas nos finais de semana ficam mais tranquilas. 

“Elas não chegam a ficar desertas, porque muitas pessoas foram morar naquela região. Mas a diferença é imensa em relação ao movimento dos dias úteis, quando o trânsito é pesado e tem muita circulação de pessoas”, afirma Lívia.

Comércio e serviços no Centro do Rio de Janeiro

Outro aspecto muito vantajoso de se ter um apartamento no Centro do Rio de Janeiro é ter acesso a muitas opções de comércio e serviço. 

“Na região tem muito comércio. É muito bom. Especificamente onde eu morava, que é perto da Praça da Cruz Vermelha, seria bom se tivesse um mercado. Mas o mais próximo ficava a uns cinco quarteirões, indo mais na direção do Bairro de Fátima. Ainda assim, considero a região muito bem servida”, diz a relações públicas.

Além disso, Lívia morava a poucos quarteirões da Sociedade de Amigos das Adjacências da Rua da Alfândega, mais conhecida como “Saara”, um polo comercial popular que é famoso por ser  o maior shopping a céu aberto da América Latina. 

“Eu frequentava demais o Saara, 90% das coisas que eu comprava, fora alimentação, era de lá. Além disso, a feira de hortifruti que acontece todos os sábados, perto da Praça da Cruz Vermelha, é maravilhosa”, conta Lívia.

Uma das movimentadas ruas do Saara (Foto: Shutterstock)

Cultura no Centro do Rio de Janeiro

Segundo Lívia, a cultura de rua é uma das coisas que ela mais gostava no bairro. 

“Eu acho que essa vida de rua é muito presente. Do churrasquinho e das mesas na calçada. Isso é muito comum no Rio de Janeiro e tem muito por lá”. 

Mas em termos de cultura no sentido mais amplo, Lívia considera o Centro do Rio um dos lugares mais privilegiados para quem gosta de programações como exposições e museus em geral. 

“Isso tudo tem no Centro. É um bairro com muita opção cultural e eu frequentava bastante todas elas”, conta a relações públicas.

Entre os principais lugares listados por Lívia estão:

  • Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB);
  • Casa França Brasil;
  • Cinema Odeon.

Vida noturna no Centro do Rio

A região nos arredores dos Arcos da Lapa é uma das mais fervilhantes do Rio de Janeiro. Portanto, a vizinhança onde Lívia morava sempre foi muito bem servida de opções no quesito vida noturna. 

“Esse é o ponto alto da região. Tem muita oferta de bares. E tem o Circo Voador que fica muito perto e sempre tem shows muito bons”, diz Lívia, que listou alguns de seus lugares preferidos: 

  • Vaca Atolada: famoso botequim com rodas de samba;
  • Circo Voador: espaço cultural localizado no bairro da Lapa;
  • Bar do Peixe;
  • Zona Portuária: localizada no Centro do Rio de Janeiro, a região é rodeada por grandes obras de arte feitas em grafite ao ar livre e por museus.

Sobre a Zona Portuária, que não é exatamente na região onde morava, Lívia acrescenta que a vantagem é a proximidade. 

“A Zona Portuária também passou por uma revitalização e tem uma vida noturna bacana, mesmo que a ligação de ônibus entre esses dois pontos não seja muito boa. Mas de Uber é muito rápido e barato. Já fui muitas vezes para lá de bike também”, conta.

Segurança no Centro do Rio de Janeiro

Apesar de ser uma região muito movimentada, com alta circulação de pessoas e que, para a maioria, pode parecer insegura, Lívia pensava justamente o contrário sobre o bairro onde morava.

“Por incrível que pareça, eu me sentia segura. Muita gente liga a Lapa a essa questão da violência, inclusive tentaram me alertar sobre assaltos. Mas eu achava que aquele movimento todo me passava uma sensação de segurança. Talvez eu seja um ponto fora da curva. Acho que eu sou uma pessoa bastante destemida. Conheço bem o Rio de Janeiro e já andei muito sozinha por aquelas ruas de madrugada”, lembra Lívia.

No mesmo quarteirão onde fica seu apartamento tem um quartel do Corpo de Bombeiros, uma delegacia de polícia a poucos metros, na rua Gomes Freire (transversal), e o QG da Polícia Civil, que fica do outro lado da rua e reúne uma série de estruturas administrativas.

Vida ao ar livre no Centro do Rio de Janeiro

O local onde fica o apartamento de Lívia não é exatamente muito recomendado para quem gosta de fazer uma corrida matinal ou andar de bicicleta. Pelo menos não nos dias úteis. 

“Eu morava em uma avenida, a Henrique Valadares, que termina na Avenida Chile, uma das principais do Centro do Rio. Então, tinha um trânsito muito pesado, como na maioria dos lugares do Rio fora da Zona Sul. Mas, nos fins de semana, o movimento do bairro diminuía bastante. Sobre parques e praças, não são exatamente perto. Mas tem o Aterro do Flamengo e a Praça Paris, na Glória, que dá para ir a pé tranquilamente”, diz a relações públicas. 

Uma boa vizinhança

Foram dez anos morando em uma região onde tinha tudo o que precisava a poucos passos de casa, desde ofertas de comércio e serviços até transporte público em fartura. E apesar de ter chegado ao bairro em uma época ainda não muito cogitada pelos cariocas como um bom lugar para se morar, Lívia teve a chance de ver o local onde escolheu investir em um imóvel crescer e se desenvolver, ganhando cada vez mais moradores. 

“Eu considero uma vizinhança bastante amigável. Mas, como em qualquer convívio em prédio, você vive um pouco apartado. O apartamento aparta a gente. Então, eu não convivia muito com as pessoas. Acho que é uma característica da vida em edifício. Mas eu tinha uma boa relação com meus vizinhos de andar. Uma senhora, especificamente, que volta e meia me fazia alguns favores e eu também quebrava alguns galhos dela. Nunca tive problemas maiores, não”, finaliza Lívia.

Compre ou alugue um apartamento no Centro do Rio de Janeiro

Maior imobiliária digital da América Latina, responsável por revolucionar o mercado de aluguéis residenciais no Brasil, o QuintoAndar começou a operar no Rio de Janeiro também com compra e venda de imóveis em agosto de 2020. 

Se você está em busca de imóveis para alugar ou para comprar no Centro do Rio de Janeiro, a plataforma digital do QuintoAndar te oferece as melhores opções e, de quebra, ainda coloca à sua disposição uma consultoria imobiliária para te ajudar ao longo de todo o processo de negociação, seja para aluguel ou compra e venda.

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