O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, no dia 10 de abril, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de março de 2024, que apresentou variação de 0,16%, um recuo de 0,67 ponto percentual (p.p.) em relação à taxa de fevereiro, que foi de 0,83%. Com isso, o IPCA acumulado dos últimos 12 meses, cai de 4,50% para 3,93%, sendo que o acumulado do ano de 2024 está em 1,42%. Em março de 2023, o índice de inflação variou 0,71%.
Em casos de reajuste de aluguel pelo IPCA para contratos que fazem aniversário em abril de 2024, o percentual usado é o acumulado de 12 meses: 3,93%. Por aqui você fica sabendo de tudo sobre o IPCA, que é considerado a inflação oficial do país.
Navegue pelo conteúdo:
- Qual o valor do IPCA hoje? Março de 2024
- Impacto do IPCA por região
- Qual o IPCA dos últimos 12 meses? Acumulado em 2024
- Como calcular o reajuste do aluguel pelo IPCA?
- Inflação controlada pode ser boa notícia para o mercado imobiliário
- Por que o ‘alívio’ na inflação tende a aquecer o mercado?
- Sinalização é boa, mas ainda é muito cedo
- Calendário do IPCA 2024
- O que é o IPCA?
- Como é calculado o IPCA?
- O uso do índice no QuintoAndar
- Vantagens do IPCA no reajuste de aluguel?
- Tabela IGP-M/IPCA – Variações nos últimos 12 meses
- E-book: estudo sobre alta do IGP-M
Qual o valor do IPCA hoje? Março de 2024
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados mensalmente, seis apresentaram alta em março. De acordo com a divulgação do IBGE, a maior delas ficou com o grupo Alimentação e bebidas, com variação de 0,53% e 0,11 ponto percentual (p.p.) de impacto para o índice geral. Por outro lado, o grupo Transporte registrou queda na aferição do mês, com variação de -0,33% e impacto de -0,07 ponto percentual.
“Essa desaceleração na inflação também é explicada pelo fato de que, em fevereiro, os preços da Educação tiveram alta significativa por conta dos reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo, o que não aconteceu em março”, detalha o gerente da pesquisa, André Almeida.
Veja a variação de cada grupo no IPCA em março de 2024:
Grupo | Variação | Impacto |
Alimentação e bebidas | 0,53% | 0,11 p.p. |
Saúde e cuidados pessoais | 0,43% | 0,06 p.p. |
Despesas pessoais | 0,33% | 0,03 p.p. |
Habitação | 0,19% | 0,03 p.p. |
Educação | 0,14% | 0,01 p.p. |
Vestuário | 0,03% | 0,00 p.p. |
Artigos de residência | -0,04% | 0,00 p.p. |
Comunicação | -0,13% | -0,01 p.p. |
Transportes | -0,33% | -0,07 p.p. |
Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 01 de março a 28 de março de 2024 (referência) com os preços vigentes no período de 30 de janeiro a 29 de fevereiro de 2024 (base).
Impacto do IPCA por região
Das 16 regiões pesquisadas, 15 apresentaram alta em março. A mais significativa foi registrada em São Luís (MA), com 0,81%, puxada alta do tomate (23,51%). Porto Alegre (RS) foi a única região com variação negativa março (-0,13%), influenciada pela queda nos preços da batata inglesa (-18,42%) e da gasolina (-2,41%).
Veja o IPCA de março de 2024 por região:
Região | Variação no mês | Acumulado em 12 meses |
São Luís (MA) | 0,81% | 3,29% |
Belém (PA) | 0,54% | 4,69% |
Aracaju (SE) | 0,50% | 4,06% |
Goiânia (GO) | 0,36% | 3,46% |
Recife (PE) | 0,33% | 3,23% |
Fortaleza (CE) | 0,28% | 4,72% |
Brasília (DF) | 0,21% | 4,13% |
Rio Branco (AC) | 0,18% | 4,01% |
Rio de Janeiro (RJ) | 0,17% | 4,05% |
Salvador (BA) | 0,16% | 3,36% |
São Paulo (SP) | 0,14% | 4,07% |
Belo Horizonte (MG) | 0,12% | 5,07% |
Campo Grande (MS) | 0,11% | 4,32% |
Vitória (ES) | 0,05% | 3,49% |
Curitiba (PR) | 0,03% | 3,35% |
Porto Alegre (RS) | -0,13% | 2,86% |
Qual o IPCA dos últimos 12 meses? Acumulado em 2024
Como calcular o reajuste do aluguel pelo IPCA?
Assim como acontece com o IGP-M, o reajuste de aluguel pelo IPCA é feito com base no acumulado dos últimos 12 meses. Por exemplo, um aluguel de R$ 1.500 reajustado pelo acumulado de 12 meses do IPCA de março de 2024 (3,93%) teria a seguinte conta: R$ 1.500 x 1,0393. Com isso, o novo valor da locação do imóvel a partir do mês seguinte ficaria em R$ 1.558,95.
Você pode fazer esse cálculo rapidamente em nossa calculadora pelo IPCA hoje:
Os contratos que fazem aniversário em abril de 2024 terão reajuste de 3,93%.
Inflação controlada pode ser boa notícia para o mercado imobiliário
A inflação dentro das metas traçadas para o ano pode indicar bons ventos para o mercado imobiliário, pois pode, consequentemente, baixar os juros.
O acumulado no ano de 2023 ficou em 4,62%, um pouco acima da meta anual de inflação estabelecida pelo Banco Central para 2023 (3,25%), porém dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual. O controle indica, ao menos, uma pressão menor sobre o bolso do brasileiro. Em março de 2024, este acumulado de 12 meses (3,93%) já apresentou um recuo de 0,57 p.p. em relação ao que foi registrado no mês anterior.
Por que o ‘alívio’ na inflação tende a aquecer o mercado?
Um dos principais mecanismos utilizados pelo Banco Central para frear a inflação é a elevação da taxa básica de juros, a Selic.
Como essa taxa é a referência para empréstimos e crédito em geral, quanto mais alta, maior é o custo do dinheiro e dos financiamentos.
Além de dificultar a compra do imóvel parcelado, a alta da Selic desaquece a economia, comprometendo a renda da população. O mercado imobiliário, inclusive, é um dos mais sensíveis a essa variação.
Saiba mais sobre como alugar no QuintoAndar
Um Relatório de Compra e Venda do QuintoAndar, relativo ao 1º trimestre de 2023, mostra os efeitos dos juros altos sobre o mercado.
Importante capitais, como Rio de Janeiro e Belo Horizonte, já mostram estagnação e até mesmo queda de preço dos imóveis.
Por conta disso, indícios de uma inflação mais “amena” sinalizam uma possibilidade de redução dos juros mais à frente, ainda mais diante da pressão do governo.
Essa redução tornaria os financiamentos mais baratos, aumentaria a renda da população e tenderia a aquecer o mercado de imóveis.
Sinalização é boa, mas ainda é muito cedo
Apesar de a notícia ter sido recebida com euforia pelos agentes econômicos, ainda é cedo para cravar mudanças na política monetária.
O próprio presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, frisou que é importante esperar os próximos meses para começar uma mudança de postura.
É importante destacar também que as principais economias do mundo ainda estão fazendo o aperto monetário e que o resultado anual brasileiro está distorcido pelos meses deflacionários do ano passado, resultado da desoneração dos combustíveis.
Calendário do IPCA 2024
Confira as datas das próximas divulgações do IPCA em 2024.
- Janeiro: dia 11 ✅ (IPCA de Dezembro)
- Fevereiro: dia 8 ✅ (IPCA de Janeiro)
- Março: dia 12 ✅ (IPCA de Fevereiro)
- Abril: dia 10 ✅ (IPCA de março)
- Maio: dia 10 (IPCA de Abril)
- Junho: dia 11 (IPCA de Maio)
- Julho: dia 10 (IPCA de Junho)
- Agosto: dia 9 (IPCA de Julho)
- Setembro: dia 10 (IPCA de Agosto)
- Outubro: dia 9 (IPCA de Setembro)
- Novembro: dia 8 (IPCA de Outubro)
- Dezembro: dia 10 (IPCA de Novembro)
O que é o IPCA?
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é calculado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desde 1980. O indicador é considerado a inflação oficial do país.
O IPCA se refere às famílias com rendimento monetário de um a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e Brasília.
Como é calculado o IPCA?
O IPCA é calculado com base na variação dos preços de um conjunto de produtos e serviços vendidos no varejo e consumidos pelas famílias brasileiras com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte de renda. E abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.
Para a definição do valor do IPCA, são coletados aproximadamente 430 mil preços de 30 mil locais, que vão de estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços a concessionárias de serviços públicos (como energia elétrica e água) e internet. E essa coleta acontece, em geral, entre os dias 1º e 30 do mês de referência.
Por conta da pandemia de Covid-19, o IBGE suspendeu, no dia 18 de março de 2020, a coleta presencial de preços nos locais de compra. A partir dessa data, os preços passaram a ser coletados por outros meios, como pesquisas realizadas em sites de internet, por telefone ou por e-mail. Mas no início de julho de 2021, o instituto deu início à retomada gradual da coleta presencial de preços em alguns estabelecimentos, conforme descrito na Portaria nº 207/2021 da Presidência do IBGE.
O uso do índice no QuintoAndar
Líder em alugueis residenciais no Brasil, o QuintoAndar anunciou no final de novembro de 2020, em uma ação pioneira para o setor imobiliário, que os novos contratos de aluguel passariam a ser reajustados pelo IPCA. Com a iniciativa, a imobiliária digital deixou de usar o reajuste de aluguel IGP-M como padrão, apesar de manter o índice como opção de reajuste para os proprietários que alugam imóveis pela plataforma.
Os contratos que estão sendo firmados desde o final de novembro de 2020 são reajustados a cada aniversário. Mas, os inquilinos com contratos antigos podem procurar o QuintoAndar para negociar o reajuste com os proprietários, inclusive usando o IPCA como referência.
Segundo um estudo recente do QuintoAndar, divulgado no final de novembro, a alteração do índice de referência no reajuste de aluguel do IGP-M para o IPCA, que é menos volátil, pode ser um movimento vantajoso para ambos os lados numa relação de locação de imóveis, até em negociações de aluguel direto com o proprietário.
Desde a mudança, a imobiliária digital já vem atuando para facilitar a negociação de reajuste entre inquilinos e proprietários, além de entrar em contato com os donos de imóveis sugerindo a aplicação proativa de taxas menores na correção dos aluguéis. A decisão, porém, é inteiramente dos proprietários.
Vantagens do IPCA no reajuste de aluguel?
- É o índice oficial de inflação do país, feito por uma instituição federal;
- Não sofre variações por fatores como dólar e exportações por exemplo, como acontece com o IGP-M;
- Reflete mais a realidade da condição financeira das população, uma vez que mede somente a variação de itens do dia a dia de uma família;
- É um índice estável. Isso significa que o seu uso evita que os inquilinos precisem pedir descontos ou até mesmo cancelamentos de seus contratos de aluguel.
- Não gera um “susto” no orçamento dos inquilinos por ter um histórico de reajuste estável de valores;
- Traz maior segurança para os inquilinos se planejarem;
- Evita inadimplências para proprietários quando há um reajuste alto.
E caso você ainda tenha dúvidas inicias sobre como funciona o aluguel de imóveis pode contar com o auxílio da maior plataforma de moradia do país para ter um processo agilizado e desburocratizado.
Leia também: Aprenda o que é deflação do IPCA e do IGP-M e quais os efeitos para quem aluga imóveis
Tabela IGP-M/IPCA – Variações nos últimos 12 meses
IGP-M | IPCA | |
---|---|---|
ABR/23 | -0.95% | 0.61% |
MAI/23 | -2.58% | 0.23% |
JUN/23 | -1.93% | -0.08% |
JUL/23 | -0.72% | 0.12% |
AGO/23 | -0.14% | 0.23% |
SET/23 | 0.37% | 0.26% |
OUT/23 | 0.50% | 0.24% |
NOV/23 | 0.59% | 0.28% |
DEZ/23 | 0.74% | 0.56% |
JAN/24 | 0.07% | 0.42% |
FEV/24 | -0.52% | 0.83% |
MAR/24 | -0.47% | 0.16% |
E-book: estudo sobre alta do IGP-M
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