A pandemia de Covid-19 trouxe consigo profundas transformações tanto comportamentais quanto econômicas em nossa sociedade. E assim como em qualquer setor, não foi diferente no mercado imobiliário e nas tendências de moradia. Mas será que elas foram tão profundas assim? Será que o tão decantado êxodo das cidades grandes se tornou mesmo uma realidade? Para traçar um cenário a respeito do que motiva as pessoas em uma mudança de casa, o QuintoAndar fez uma pesquisa entre seus clientes. E as respostas podem te surpreender!

“A dinâmica das pessoas com suas casas mudou, assim como os fatores que influenciam na hora de decidir se é hora ou não de se mudar e o que efetivamente pesa mais na hora de escolher uma casa nova”, diz José Osse, Head de Comunicação do QuintoAndar. “A pesquisa mostra um pouco dessa evolução, como por exemplo a importância que o trabalho remoto tem para quem sonha em trocar a cidade pelo interior ou pela praia”.

A pesquisa sobre hábitos de mudança de casa comparou os motivos que influenciaram a decisão de mudança seis meses atrás com os fatores que hoje mais importam para quem está para trocar de casa. O estudo foi realizado com quase mil pessoas, clientes do QuintoAndar, entre os dias 25 de maio e 7 de junho.

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Proximidade do trabalho perde em relevância

De acordo com o levantamento do QuintoAndar, estar mais perto do trabalho é muito menos importante para os entrevistados que pensariam em se mudar hoje, em comparação com a última mudança que fizeram. No estudo, o fator proximidade do trabalho caiu 42.5%. 

Já economizar e ter mais tranquilidade são os fatores que mais ganharam relevância, subindo 13% e 7%, respectivamente. Veja abaixo o gráfico:

E o tal do êxodo urbano na pandemia?

Apesar de muito ter se falado do “êxodo urbano”, especialmente pela alta disseminação do home office durante a pandemia, o estudo do QuintoAndar mostra que, na verdade, são poucas as pessoas que querem sair das cidades onde moram. Pelo contrário: 84% responderam que, em caso de mudança, procurariam por outro bairro na mesma cidade.

Entre os 16% restantes que desejam mudar de cidade, somente 4,2% sonham com uma mudança para o interior. Enquanto 2,2% têm vontade de começar uma nova vida no litoral. 

Além disso, considerando apenas as pessoas que moram no interior, 14% querem se mudar para uma capital. E entre as pessoas que moram nas capitais, apenas 3% pensam em uma mudança para o interior, enquanto 2% sonham com uma cidade litorânea.

Veja o gráfico:

Gráfico sobre destino na decisão por mudança de casa

Modelo de trabalho

O impacto em uma decisão de mudança é parecido em todos os entrevistados, na comparação entre os modelos de trabalho, se presencial ou home office.

Entre os entrevistados, 30,5% declararam que trabalham remotamente, mas que isso não tem impacto em uma decisão de mudança. Enquanto outros 30% teriam o home office como um dos fatores considerados na hora de mudar de casa.

Do total de respondentes, 18,9% não trabalham em casa e consideram que esse fator pesa em uma mudança. Já outros 20,6% também precisam trabalhar presencialmente, mas consideram que esse não é um fator decisivo para uma mudança.

Veja o gráfico abaixo:

Gráfico sobre a influência do modelo de trabalho na decisão por mudança de casa

Jovens buscam espaços maiores; 30+ querem economia

Os três principais fatores na hora de uma mudança de casa são os mesmos para jovens e mais velhos: economia, espaço e tranquilidade. A diferença é a importância relativa para cada faixa etária. 

Pessoas com menos de 30 anos apontam espaço como o principal fator para a próxima mudança, enquanto os mais velhos querem economia. Para quem tem mais de 50 anos, a palavra-chave é tranquilidade.

A proximidade com o trabalho, além de ter perdido importância nos últimos seis meses para todos os grupos, também é cada vez menos relevante à medida que as pessoas ficam mais velhas. 

Veja nos rankings abaixo as motivações de cada faixa etária para uma mudança:

Motivações para mudança de casa – 20 a 29 anos

PosiçãoMotivação
Mais espaço
Economia
Mais tranquilidade
Mais perto do trabalho
Melhor acesso a serviços e comércio
Mais segurança
Independência
Experimentar a região/imóvel antes da compra
Mais perto de familiares
10ºMudança no tamanho da família

Motivações para mudança de casa – 30 a 39 anos

PosiçãoMotivação
Economia
Mais espaço
Mais tranquilidade
Mais perto do trabalho
Mais segurança
Melhor acesso a serviços e comércio
Experimentar a região/imóvel antes da compra
Mudança no tamanho da família
Necessidade, contrato anterior venceu ou foi rescindido
10ºIndependência

Motivações para mudança de casa – 40 a 49 anos

PosiçãoMotivação
Economia
Mais espaço
Mais tranquilidade
Melhor acesso a serviços e comércio
Mais perto do trabalho
Mais segurança
Mudança no tamanho da família
Experimentar a região/imóvel antes da compra
Necessidade, contrato anterior venceu ou foi rescindido
10ºIndependência

Motivações para mudança de casa – Acima de 50 anos

PosiçãoMotivação
Economia
Mais tranquilidade
Mais espaço
Mais perto de familiares
Experimentar a região/imóvel antes da compra
Melhor acesso a serviços e comércio
Mudança no tamanho da família
Necessidade, contrato anterior venceu ou foi rescindido
Independência
10ºMais perto do trabalho

O impacto do trabalho remoto sobre moradia 

A pesquisa mostra que no pequeno grupo de pessoas que planeja se mudar de uma grande cidade para o interior ou litoral, o trabalho remoto tem enorme importância (53%). 

Estar em home office é fator preponderante para a decisão de mudar para 78% das pessoas que querem ir para o interior e para 65% daqueles que decidiram pelo litoral. 

A maior parte das pessoas que querem ir para o interior ou litoral são jovens, sendo que 49% têm menos de 30 anos, enquanto 77% têm menos de 40 anos.

Renda x Pandemia

A pandemia, para muitas pessoas, trouxe perda de renda junto com todas as preocupações sanitárias. E esse fator tem bastante influência nas decisões de mudança de casa. 

Veja alguns deles:

  • Quem perdeu renda na pandemia aponta ‘economia’ como principal motivo para se mudar (importante para 40% dos respondentes). Ainda assim, essas pessoas também buscam mais espaço e tranquilidade;
  • 18% dos que tiveram diminuição na renda não querem se mudar. A localização e o valor atual do aluguel são os principais fatores para essa decisão;
  • Quem teve aumento na renda se mudou, principalmente, para ter mais espaço e tranquilidade. Economia foi o principal fator para apenas 22% desse grupo.
  • Para quem a renda se manteve, os motivos principais para se mudar foram mais espaço (31%), economia (25%) e mais tranquilidade (23%).

Confira o gráfico completo abaixo:

Gráfico sobre renda x pandemia em matéria sobre mudança de casa

Sobre o QuintoAndar

Maior proptech da América Latina, o QuintoAndar lidera de forma isolada o mercado de aluguéis residenciais, com mais de 100 mil contratos sob gestão e cerca de 10 mil novos contratos de locação fechados por mês, com crescimento entre 20 e 30 vezes mais rápido que seu concorrente mais próximo. 

Em 2020, a imobiliária digital começou a operar com compra e venda de imóveis residenciais e rapidamente se tornou líder nesse segmento também. O QuintoAndar já tem o maior estoque de imóveis para venda entre as plataformas digitais de transação do país, atualmente com mais de 60 mil propriedades anunciadas nas três maiores cidades do país – São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.