A médica anestesiologista Thelma Assis ficou conhecida nacionalmente ao morar por três meses na casa mais vigiada do país e se tornar a campeã da 20ª edição do Big Brother Brasil, em 2020. Mas antes de ingressar no reality show, ela era figura frequente na linha de ônibus que pegava semanalmente do bairro do Limão, onde vivia com a família, até o Terminal da Barra Funda, para de lá seguir até Sorocaba, onde cursou Medicina na PUC-SP.

Dona de uma trajetória de muita batalha e hoje uma das principais influencers do Brasil, ela foi convidada pelo QuintoAndar para gravar um vídeo na série “Histórias pra morar“. E aproveitou para contar para nós um pouco sobre os seus lares preferidos, entre eles o que divide atualmente com o marido Denis Cordeiro, que conheceu em um quase improvável golpe do destino, justamente no ponto de ônibus perto de casa. 

Veja o vídeo:

A casa da infância e da adolescência

Thelminha, como é mais conhecida e carinhosamente chamada por seus fãs, passou a infância em uma casa no bairro do Limão de grande valor afetivo para sua família. Foi nela que seus avós moraram, assim como seu pai, já falecido. 

“A casa onde eu morei com a minha família é onde eu tenho boas lembranças da minha infância. Do quanto a gente, apesar de não ter muita grana naquela época, era feliz, se amava, fazia várias festas, ficava dançando no quintal. Essa casa é uma presença muito forte na minha vida”, lembra Thelminha.

Estrada para Sorocaba

Após completar o ensino médio, ela passou dois anos prestando vestibular sem conseguir passar em Medicina. Até que conseguiu uma bolsa de estudos de 100% na PUC de São Paulo, pelo Programa Universidade para Todos (Prouni), do Governo Federal. 

Como o campus de ciências biológicas da universidade é em Sorocaba, precisou, a partir de 2006, começar a desbravar os cerca de 100 km que separam a Capital Paulista da cidade do interior. 

“Acho que todo mundo sabe como o curso de medicina é concorrido. Eu já estava há dois anos prestando vestibular e estava disposta a sair da minha cidade e me mudar para qualquer cidade onde eu tivesse condições financeiras de ficar para cursar uma faculdade de medicina. Como eu consegui uma bolsa de estudos na PUC, de 100%, apesar de ser a PUC de São Paulo, o campus de ciências biológicas é em Sorocaba. Fiquei nove anos da minha vida lá, seis de faculdade e três de especialização. E aprendi muito. Eu considero Sorocaba a minha segunda cidade”, conta Thelminha. 

Logística de viagens

A partir do momento em que se tornou universitária, Thelminha precisou montar toda a logística para estudar longe de casa, que durava quase duas horas para ir e mais duas para voltar. E funcionava assim:

“Eu pegava um ônibus no ponto perto de casa até o terminal Barra Funda. E de lá pegava um ônibus de viagem que me levava até Sorocaba. Geralmente eu fazia isso nos domingos à noite ou nas segundas bem de manhãzinha, ainda na madrugada, para pegar aula em Sorocaba às 8h da manhã. E na sexta-feira, após a última aula, eu já ia com a mochila nas costas para voltar para casa, de tanta saudade que eu já estava da minha família, e depois do Denis, quando a gente começou a namorar. Daí, às 17h, eu pegava o ônibus de volta, ia de novo para a Barra Funda e de lá pegava o ônibus de novo para a minha casa. Fiz isso durante toda a duração do meu curso”, lembra a médica. 

Dividindo apê: de colegas de república a madrinhas de casamento

Como passava os dias úteis em Sorocaba, a então estudante fez o que muitos universitários fazem quando vão estudar em outra cidade: dividiu apartamento com outros estudantes. 

“Nos dias em que eu estava em Sorocaba, eu morava com mais três amigas e a gente dividia o aluguel. É o que a gente chama de ‘república’. Morei com elas nos seis anos de faculdade e somos grandes amigas até hoje. Elas são minhas madrinhas de casamento e vice-versa”, diz Thelminha. 

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Upgrade: do ônibus para o carro

Thelminha se formou em 2011, quando voltou para São Paulo. Passou um ano batalhando por vaga em provas de especialização e aproveitou para realizar um sonho antes de ver a estrada para Sorocaba se abrir novamente diante do seu destino. 

“Fiquei um ano em São Paulo prestando provas para especialização, que é outro processo seletivo muito concorrido. E acabei sendo aprovada, mas novamente para Sorocaba, onde fiquei por mais três anos. Só que, dessa vez, eu já ganhava salário e pude ir atrás de mais um sonho que eu tinha, que era tirar a carteira de motorista. Comprei o meu primeiro carrinho e seguia a mesma rotina de ir e voltar de Sorocaba, pegando a mesma estrada, só que com eu mesma dirigindo”, revela a ex-BBB.

O amor num ponto de ônibus

Lembra que falamos de um quase improvável golpe do destino? Pois ele aconteceu justamente no ponto de ônibus de onde Thelminha partia para sua jornada rumo a Sorocaba desde os primeiros dias de faculdade. 

Todos os finais de semana ela voltava para São Paulo e tinha uma rotina normal de convivência com sua família e amigos. Além disso, a médica, que também é bailarina, não abria mão de seu maior hobby, que é dançar – em especial o samba. 

“Eu frequentava a quadra da Mocidade Alegre, que é a minha escola de samba do coração em São Paulo. Um dia, eu estava no mesmo ônibus que eu sempre pegava, mas voltando para casa em um horário diferente, porque eu vinha da quadra da Mocidade Alegre. E foi nesse dia em que conheci o Denis”, lembra Thelma.

Uma bala como xaveco

Os dois desceram juntos do ônibus no ponto perto da casa de Thelminha. E apesar de alguma timidez, Denis ofereceu uma bala à moça que acabara de conhecer. Ela aceitou, os dois começaram a conversar e teve início ali uma grande história de amor. 

“Ele sempre pegava esse ônibus, porque trabalhava a uns 200 metros da casa onde eu morava com meus pais, em uma oficina mecânica. Mas só em horário comercial nos dias úteis, que era quando eu estava em Sorocaba. Nos fins de semana, seria praticamente impossível a gente se encontrar, porque eu voltava para São Paulo e o lugar onde ele trabalhava não abria. Então, era como se a gente tivesse uma única chance de se encontrar. E isso aconteceu naquele ônibus, naquele ponto e por causa da bala que ele me ofereceu”, comemora Thelma.

O encontro da bala aconteceu em 2009. E Denis acabou acompanhando toda a trajetória de Thelminha, desde os anos que antecederam a formatura na faculdade de Medicina, até os anos de especialização. Quando a médica entrou para o BBB, em 2020, os dois já estavam casados havia quatro anos. 

Atualmente, o casal mora em um apartamento em São Paulo, junto com os cachorros Chico e Charlotte.

Diferentes lares em diferentes fases da vida

Da casa no bairro do Limão ao apartamento onde mora atualmente, passando pela experiência de três meses no Big Brother Brasil, Thelminha só tem boas lembranças dos lares por onde passou.

“Eu sou completamente apaixonada por esses três lares. A casa da minha infância é muito intensa, me traz muitas lembranças, porque os meus avós moraram lá e meu pai, que já é falecido, também. A casa do BBB é tão forte quanto, pois foi a casa que mudou a minha vida para melhor. E eu sou muito grata por ter vivido essa experiência gigante. O apartamento que a gente se mudou para morar depois também é muito especial. É o primeiro lugar onde a gente morou depois de casados e onde a gente vem conseguindo, já há mais de cinco anos, manter um relacionamento de muito respeito, cumplicidade, carinho e amor. Então, é só gratidão por tudo o que eu vivi nesses três lares”, finaliza Thelminha. 

Histórias pra morar

Além da trajetória de Thelminha, em nossa série “Histórias pra morar”, o QuintoAndar já contou como uma casa alugada numa praia em Niterói foi fundamental para que Milton Nascimento e seus parceiros Lô Borges e Beto Guedes, ao morarem juntos, criassem o disco “Clube da Esquina”, uma das obras-primas da música brasileira. 

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